LIVRARIA BUCHHOLZ
Entre o regresso ao passado e um salto para o futuro, a Buchholz tem uma vida nova com os pés bem assentes no presente. Numa celebração dos seus 80 anos de histórias, a livraria da Duque de Palmela apresenta-se de cara lavada, com uma aposta reforçada nos grandes nomes da literatura e do pensamento, uma preocupação acrescida em dar espaço aos novos nomes da ficção, uma oferta reforçada de livros em línguas estrangeiras e muitos títulos sobre a cidade de Lisboa. As novelas gráficas, os livros sobre artes plásticas e música também aparecem com novo fôlego, a acompanhar os espaços dedicados aos discos em vinil e às obras de artistas portugueses, duas apostas na curadoria independente, a cargo da Flur Discos e da Icon Shop.
Os três andares forrados a madeira e unidos por uma monumental escada em caracol voltaram também a acolher ciclos de conversas, concertos e provas de vinhos, entre muitas outras iniciativas. Há também três mostras permanentes, uma dedicada à Dom Quixote e à sua fundadora, Snu Abecassis, outra sobre a editora que lançou o único Nobel português e uma terceira, em dois pisos, com objetos pessoais de autores, como manuscritos de António Lobo Antunes e José Saramago, a primeira máquina de escrever de Isabela Figueiredo e as canetas preferidas de Lídia Jorge. Num mundo cada vez mais digital, esta é uma aposta na interação analógica e intransmissível. Os temas vão da literatura às grandes questões da atualidade. Ao fim de um dia de estudo ou de trabalho, os lisboetas têm novo espaço de encontro e fruição.